Colcha de Retalhos

Colcha de Retalhos
Ingrid Sidna

sábado, 7 de agosto de 2010

O Mundo em que vivemos



Vivemos em um mundo onde a liberdade é um direito,
mas muitos não a possuem.
Onde a paz é um desejo,
e a guerra uma necessidade prazerosa.
Onde a vida não é aproveitada,
por causa do temor à morte.
Onde sinceridade, muitas vezes torna-se indelicadeza, 
e a falsidade é uma atividade do nosso cotidiano.
Onde a inteligência humana salva vidas,
e a ganância tira várias.
Será que os fins justificam os meios?
Não! Os meios devem ser justificados,
mas com sabedoria e bom senso.
Um mundo onde um bandido com paletó é respeitado, 
entretanto um mendigo honesto é queimado, 
enquanto descansa de um dia de sofrimentos.
Onde os criminosos têm regalias, ou estão soltos, 
e as famílias são obrigadas a se trancafiarem nas suas próprias casas.
Abrangendo a frase de um poeta que interrogava:
"Que país é este?", pergunto-me:
Que mundo é este? Onde a única certeza,
é em relação a sua forma.
Um mundo onde tudo se faz por dinheiro,
e quem não segue as normas é "deixado para trás".
Onde todos devem ser doutores,
por vontade ou pressão.
O que será das outras profissões?

Onde o ilícito é muitas vezes confundido com o lícito,
e as atitudes lícitas tornam-se cada vez mais raras.
Um mundo que cria máquinas de última geração,
mas não consegue achar uma solução para a poluição.
Um mundo que sem saber, ou até mesmo sabendo,
destrói a si mesmo, em prol do lucro.
Mas "para não dizer que não falei de flores".
Vivemos em um mundo onde muitas pessoas fazem o bem,
sem o interesse de receber nada em troca.
Onde "o homem é o lobo que devora o próprio homem",
mas frequentemente é o "São Bernardo" que o resgata do perigo.
Onde alguns pais matam os filhos,
e outros dão a vida pelos mesmos.
Onde a criança vive inocentemente e vive em uma utopia encantadora.
É neste lugar misterioso e fascinante que vivemos,
onde uma semente chamada esperança,
é plantada junto com cada feto.
E o desejo de um futuro melhor é comum a todos.
Sendo assim, enquanto houver esperança,

verei o mundo com um olhar crítico, mas otimista.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Raízes do Brasil


Sérgio Buarque de Holanda se tornou um clássico entre os pensadores que trataram da formação histórica e cultural do Brasil. Sua obra Raízes do Brasil, ao lado de Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, e O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro, figura como uma das mais importantes para o entendimento da construção social do Brasil. 

Holanda difere da perspectiva de autores como Freyre e Ribeiro, que enfatizam a importância da mestiçagem étnico-cultural para a configuração do povo brasileiro. Ele considera o elemento lusitano como predominante. Mesmo onde há mistura, esta teria sido devida mais a uma plasticidade portuguesa a adaptar e se adaptar a novos costumes do que a uma mescla de culturas. A seu ver toda a associação se deu com o predomínio e precedência dos colonizadores portugueses, perspectiva que diminui a grande importância dos outros elementos étnico-culturais, notadamente do aborígine nativo e do escravo africano. 

O autor trabalha com dois tipos ideais de colonizador, que ele caracteriza pelas dualidades sugestivas o trabalhador e o aventureiro e o ladrilhador e o semeador. Os povos ibéricos, tanto portugueses quanto espanhóis, teriam sido, segundo Holanda, predominantemente aventureiros, ou seja, teriam feito uma colonização que primava pela exploração comercial das matérias-primas da colônia, não se preocupando tanto com o cultivo sedentário da terra que caracteriza a labuta do trabalhador. Os lusitanos teriam sido mais semeadores do que ladrilhadores, o que quer dizer que suas colônias não eram planejadas, eram de certa forma orgânicas. Diferente do projeto ladrilhador norte-americano e da América espanhola, onde se tratava de transpor a cultura da metrópole para a colônia, os portugueses se deixaram recriar sua cultura, tecnologia, arquitetura e urbanismo, adaptando-os, com improviso e com a mistura com as culturas nativas e africanas, à realidade da nova terra. 

O povo brasileiro teria formado uma psicologia, em certos termos, trágica, realista, que aceita a vida como ela é, sem formar grandes ilusões nem imaginar grandes expectativas. Não haveria, assim, para esse povo, grandes motivações vocacionais no trabalho, que pode ser qualquer um, desde que traga dinheiro. Além disso, o brasileiro se caracterizaria, antes de tudo, por ser cordial, querendo isso dizer que suas relações com outros se dá pela cordialidade, sendo quase sempre pautadas pela aparência da gentileza, normalmente confundindo bons modos com boa índole. Até o intelectual brasileiro tenderia a misturar e sustentar opiniões diversas, muitas vezes contraditórias entre si, desde que pudessem se apresentar por palavras bonitas e argumentos elegantes. 


Holanda equipara a colonização portuguesa, essencialmente comercial, com a colonização dos povos mediterrâneos antigos, principalmente fenicios e gregos. O autor lembra que a colônia brasileira ficou por muito tempo restrita ao litoral, e se refere ao caráter dos povos litorâneos, que, segundo ele, não se dedicam a atividades agrícolas e assim não desenvolvem costumes civilizados. Percebe-se que o teor de sua obra é elitista e eurocêntrico, beirando o racismo. Ao mesmo tempo em que louva o trabalho colonizador que trouxe a América à civilização de modelo europeu, lamenta que não tenham sido, de preferência aos ibéricos, os europeus nórdicos, notadamente os holandeses, a implantar na nova terra a modernidade. É notável que o autor se lamente do pouco caso dos portugueses e brasileiros pela autoridade e pela rigidez das hierarquias. Holanda é taxativo ao criticar o costume em que nomes de famílias nobres são adotados pelas mais diversas camadas da sociedade sem nenhum preconceito.


terça-feira, 3 de agosto de 2010

Bossa Nova!




História
Incompreendida no início, a bossa nova, depois de firmar-se no Brasil, acabou por ganhar o mundo, influenciar a música internacional e transformar a criação musical popular subseqüente. Movimento renovador da música popular brasileira, influenciado pelo jazz, a bossa nova surgiu na segunda metade da década de 1950 entre jovens de classe média da zona sul do Rio de Janeiro. Caracterizou-se por romper com as fórmulas tradicionais de composição e instrumentação, por harmonias mais elaboradas e por letras coloquiais.
À época do surgimento da bossa nova, a música popular brasileira vivia um momento de impasse, em que os ritmos americanos e caribenhos dominavam o mercado fonográfico. Nesse contexto, um público carioca de elite, do ponto de vista econômico e cultural, redescobriu o samba nascido nos morros e nos subúrbios, criado e interpretado por músicos populares. Esse público era também ouvinte de jazz, que teve influência decisiva, especialmente em sua forma cool, no trabalho de compositores e intérpretes considerados precursores da bossa nova: Dick Farney, o conjunto vocal Os Cariocas, Antonio Maria, Ismael Neto, Johnny Alf, Nora Nei, Dóris Monteiro e Maysa.
A partitura da peça Orfeu da Conceição, de 1956, projetou mundialmente os nomes de Antônio Carlos Jobim (Tom), como compositor, e de Vinícius de Morais, como letrista. Em 1958 foi lançado o disco Canção de amor demais, com músicas e arranjos de Tom e Vinícius, com a cantora Elizeth Cardoso. Apontado mais tarde como um antecedente direto da bossa nova, o disco apresentava em algumas faixas o violonista João Gilberto, cuja revolucionária batida sincopada caracterizaria, daí em diante, a bossa nova.
Em 1959 foi lançado Chega de saudade, disco considerado o marco fundador da bossa nova, com composições de Tom, Vinícius, Newton Mendonça, Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, ao lado de autores tradicionais, como Ari Barroso e Dorival Caymmi. Interpretadas no estilo contido e coloquial de João Gilberto e acompanhadas pela batida de seu violão, as músicas desse disco apresentavam um surpreendente predomínio dos tons menores, o que simulava desafinação. Desafinado, aliás, era o título de uma das faixas, que se tomaria um clássico do movimento.
Vários nomes logo se destacaram como compositores, além dos já citados: Baden Powell, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Sérgio Ricardo, Luís Bonfá, Geraldo Vandré e João Donato, entre outros. Entre os intérpretes, que inauguraram um estilo isento de impostação e virtuosismo, cabe destacar as cantoras Sylvia Teles, Nara Leão e Alaíde Costa; e os conjuntos Quarteto em Cy, Sexteto Bossa Rio, Tamba Trio e Zimbo Trio. Em 1962, uma polêmica apresentação de bossa nova no Carnegie Hall de Nova York projetou internacionalmente o movimento.
Além dos nomes mais ligados ao movimento, muitos outros compositores e intérpretes, como Dolores Duran, Maysa, Billy Blanco, Juca Chaves e Lúcio Alves se deixaram influenciar por ele. Outros foram divulgadores da bossa nova nos Estados Unidos, como Maria Helena Toledo, Astrud Gilberto e Sérgio Mendes.
Embora bem recebida pelo público jovem, a bossa nova era criticada por seu alheamento aos problemas sociais. O espetáculo Opinião foi o divisor de águas entre a chamada "música de apartamento", repassada de humor, ironia e nostalgia, centrada no amor e rica em imagens como a do "barquinho a deslizar no macio azul do mar", e a música engajada, chamada "de protesto". Opinião apresentava dois compositores de origem popular, o maranhense João do Vale e o carioca Zé Kéti, mas foram especialmente jovens de classe média os que mais se destacaram como autores da música de protesto: Marcos e Paulo Sérgio Vale, Geraldo Vandré e Théo de Barros, Rui Guerra, Oduvaldo Viana Filho, Ari Toledo e sobretudo Carlos Lyra e Sérgio Ricardo.
A partir de 1964, a bossa nova começou a perder espaço, que foi ocupado por outras tendências, como o tropicalismo ou a jovem guarda. A música popular, no entanto, estava radicalmente mudada e revalorizada. A influência da bossa nova foi determinante na obra dos excepcionais compositores que se lhe seguiram, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Edu Lobo, Milton Nascimento e Gilberto Gil.

Jacob do Bandolim





Gênero brasileiro por excelência e carioca por adoção, o choro – que imperou durante muito tempo nas rodas e nos saraus – está novamente com tudo, quando jovens músicos e belos grupos se espalham pelos palcos brasileiros. Grandes nomes o choro legou à música brasileira, e um desses nomes, conhecido e admirado por todos os que curtem o gênero, é o mestre Jacob do Bandolim, aniversariante de fevereiro (nasceu no dia 14 deste mês, em 1918).
Jacob Pick Bittencourt foi um, o compositor genial e soberbo instrumentista, cujo instrumento passou a fazer parte de seu nome. Seu nome e seu admirável trabalho ficaram marcados definitivamente como a principal referência brasileira no bandolim – instrumento que ganhou com ele dignidade, fama, nome e sobrenome. Verdade que outros músicos já tinham ganhado a vida com o bandolim – como é o caso do grande Luperce Miranda (1904-1977), pernambucano que começou a tocar bandolim e piano aos 15 anos e que na década de 20 integrou o grupo Turunas da Mauricéia –, mas como Jacob, jamais houve outro.
Nosso homenageado começou a tocar muito cedo, mas por jamais confiar inteiramente na vida incerta dos músicos, exerceu diversas atividades para sobreviver. Trabalhou com vendas, corretagem, foi prático de farmácia, comerciante e até escrivão – profissão que encarou até morrer, em 1969, com apenas 51 anos de idade.
Entre as suas obras mais conhecidas, regravadas e tocadas, estão choros que se integraram definitivamente às páginas mais nobres da música brasileira, comoDoce de cocoNoites cariocasReceita de sambaAssanhadoVibraçõesA ginga do ManéTreme-tremeO vôo da mosca e outros. Tocou com os maiores, ensinando e aprendendo com eles, gente como César Faria, Dino 7 Cordas, Jonas, Carlinhos, Giberto e Jorginho, no histórico regional Época de Ouro, do qual foi um dos fundadores.
Em 1947 Jacob gravou seu primeiro disco solo. Mas durante sua trajetória artística ele deve ter participado da gravação de mais de 400 músicas, em centenas de discos 78 e 33 rpm. Gravou outros, diversos discos, com músicas suas e de outros autores (foi um dos que mais gravou Waldir Azevedo e Pixinguinha), e se apresentou tocando algumas vezes. Uma de suas últimas apresentações foi em um show com Elizeth Cardoso e o Zimbo Trio, em 1968 – que resultou na gravação de um LP. Filho de Jacob, o compositor Sérgio Bittencourt homenageou-o, na década de 70, com um samba que fez muito sucesso, Naquela mesa ("Naquela mesa tá faltando ele/E a saudade dele/Está doendo em mim"), gravado por Elizeth Cardoso, cantora que ele descobriu.

Elizete Cardoso - A Divina!





Este ano, neste mês de julho pp, comemorou-se o centenário de Elizeth Cardoso, exatamente nos 20 anos de sua morte . Foi Chico Buarque quem disse: “Elizeth é a nossa cantora mais amada. Voz de mãe, mãe de todas as cantoras do Brasil”. O que o Chico fala ou escreve não se discute, e quem já ouviu a Divina, uma vez que seja na vida, sabe exatamente o que o poeta quis dizer. A mãe de todas as cantoras do Brasil cantou para este país, feito um canário da terra, por mais de 50 anos. Dos primeiros acordes na Rádio Guanabara, em 1936 (descoberta por Jacob do Bandolim), aos últimos acordes de seu coração, em 1990.
Menina de infância pobre e adolescência humilde, Elizeth trabalhou como pedicure, cabeleleira, telefonista e vendedora de cigarros. Mais tarde, depois de um casamento equivocado e um filho para criar, foi táxi-girl de casa noturna (o Dancing Avenida). Tudo isto, antes do transcendental encontro com Jacob e dos desdobramentos felizes que o destino lhe trouxe: conhecer o poeta e produtor Herminio Bello de Carvalho, que a dirigiu em shows, a ajudou a escolher repertório, cuidou de sua carreira e de seu coração. Mais detalhes, na biografia da Divina,Elizeth Cardoso, uma vida, escrita pelo jornalista Sérgio Cabral.
Mais detalhes ainda, com direito à voz, aos suspiros e depoimentos da cantora, só correndo atrás da caixa de CDs Faxineira das Canções (nome de uma linda música de Joyce, gravada por Elizeth no disco Luz e Esplendor, de 1989), que a gravadora Biscoito Fino lançou em 2003. Traz quatro álbuns fundamentais dessa que é uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos: além de Luz e Esplendor, tem Todo o Sentimento (de 1990), Ary Amoroso (1990) e Elizeth Jacob do Bandolim Zimbo Trio Época de Ouro (1969).

Luiz Gonzaga - A Voz de Um Povo Sem Voz




Nenhum artista brasileiro foi tão importante para a cultura das regiões Nordeste e Norte do Brasil, para a divulgação de como vivia, trabalhava e sofria o homem do mato quanto Luiz Gonzaga do Nascimento, filho do mestre sanfoneiro Januário e da roceira Ana Batista de Jesus, que um dia saiu da pequena cidade de Exu, região do Araripe, no sertão pernambucano, para conquistar o Brasil e fazer sua sanfona conhecida nos quatro cantos do país e até no exterior (infelizmente, só no fim da vida conheceu o sucesso lá fora, quando a convite da cantora Nazaré Pereira fez um belíssimo show em Paris, na casa de espetáculos Bobino). A música de Luiz Gonzaga, que foi coroado “Rei do Baião”, tem para o povo do Norte e do Nordeste do Brasil a importância da fé no Padre Cícero Romão. E já subiu ao posto mais alto do pódio onde também merecem medalhas o xaxado de Jackson do Pandeiro, a arte de barro do mestre Vitalino, a poesia de Patativa do Assaré e de Azulão e a sabedoria moleque de Ariano Suassuna.
Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na roça, e passou a infância ajudando o pai e o irmão mais velho a plantar milho e feijão na fazenda Caiçara. Januário tinha fama de ser o maior sanfoneiro da região, ganhava uns trocados animando festas juninas e outros arrasta-pés, e o filho logo se interessou pelo ofício e pelo instrumento. Ganhou uma sanfoninha, depois comprou outra um pouco melhor quando serviu ao Exército e um dia empunhou um acordeon profissional para encantar os conterrâneos e correr o chapéu na antiga zona do mangue do Rio de Janeiro, cercanias dos bairros do Estácio e Praça Onze, onde o Rei desembarcou com vinte e poucos anos de idade para fazer o seu nome. E que nome. Herança e orgulho do cancioneiro popular do Brasil.
“O candeeiro se apagou/O sanfoneiro cochilou/A sanfona não parou/E o forró continuou”. Continuou por mais de meio século, período em que o Gonzaga gravou mais de cem discos (entre 78 rotações, LPs e CDs) e compôs grande número de sucessos, com mais de uma dezena de parceiros (os mais freqüentes foram Humberto Teixeira, Zé Dantas, João Silva, Hervê Cordovil, Guio de Moraes e Onildo de Almeida).

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Racismo de O Globo! ou, quem sabe Cinismo!

Pode-se discutir uma política de cotas no ensino. Pode-se discutir se essa é a maneira mais eficiente de buscar equilíbrio de oportunidades num país que tem na divisão social a marca da herança escravagista. Agora, é repugnante que um jornal como O Globo, em seu editorial de domingo, 25, negue até que tenha havido racismo no Brasil, sob o argumento de que na nossa sociedade miscigenada até negros foram donos de escravos e chamar os movimentos de afirmação da cultura negra de “falanges racialistas”, francamente, é assumir o padrão “Da Costa” de debate político.
É uma mistificação dizer que até os EUA estão “relativizando” a pol´tica de ações afirmativas para os negros e que, por isso, o Brasil estaria na contramão da história. Ora, eles podem estar até atenuando certas políticas, porque tiveram mais de três décadas de ações afirmativas para os negros que, embora ainda estejam na parcela mais humilde da população americana, ao lado dos latinos, já conseguiram, até, ter um deles como presidente da República
.Ontem mesmo o jornal publicou uma matéria mostrando que, entre os pobres, a chance de uma criança não superar o baixo grau de instrução de seus pais é de cerca de 60%. Então, é legítimo dizer que, sem políticas de estado que os insira na competição, a identidade entre ser negro, ser pobre e ter baixo nível educacional persista no Brasil.
Como disse, é perfeitamente saudável discutir qual a forma que devem assumir as ações afirmativas em nosso país e, com todos os defeitos que se possa apontar, a política de cotas foi a única coisa que já se fez neste sentido. Se é preciso modificá-la, que haja o debate. Mas, francamente, o que se quer em lugar dela é o nada, a eternização das diferenças de oportunidade.
A elite brasileira faz assim. Diz que não pode haver tratamento discriminatório de espécie alguma. Mas só quando é para proteger os mais pobres. Quando a discriminação – real, objetiva, concreta – se dá pelo poder econômico isso é democracia, é a “lei do mercado”.
Ou então que o “tratamento diferenciado” aos nossos irmãos negros continue a ser dado apenas no setor onde já é tradicional: nas batidas policiais.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Paulo Moura


Despedida from Eduardo Escorel on Vimeo.



A última roda de choro do Paulo Moura, tocando “Doce de Coco” (Jacob do Bandolim) com Wagner Tiso, acompanhados por Vicente Alexin e Daniela Spielman.
A cena foi filmada por Eduardo Escorel na Clínica São Vicente  dois dias antes da morte do mestre.
É de chorar de tão lindo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Violência? Machismo? Diga não!



José Saramago...Fragmentos




“Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.”

“O mundo é tão bonito que eu tenho pena de morrer”

“Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas.''

“Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida."

“Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”

“Se tens um coração de ferro, bom proveito."

"O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.”

“Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.”

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de deus, mas infelizmente não o encontro.”

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

Um dia sem Globo! Vamos sorria...!



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meu Jardim






Um doce presente do meu doce amigo Bosco. Obrigada amigo!

Flor do Deserto, um filme que levanta bandeiras e faz pensar...


"Flor do Deserto", principal estreia dos cinemas no Rio de Janeiro e em São Paulo , no mêspassado,,não é um filme qualquer. Conta a trajetória da modelo somali Waris Dirie, de 38 anos, que no auge de sua carreira, em 1996, revelou ao mundo numa entrevista à "Marie Claire" norte-americana ter passado pelo terrível trauma da mutilação genital feminina. A prática hedionda, comum em diversas regiões da África e em alguns países árabes, atinge milhares de mulheres ainda na infância. Waris passou pela experiência aos 5 anos de idade. Aos 12, fugiu da tribo onde morava, cruzou o deserto até Mogadício, capital da Somália, de onde conseguiu chegar a Londres sem falar uma palavra em inglês e praticamente sem dinheiro. Esse é só o início da saga pessoal de uma mulher que, após posar como modelo para o famoso calendário Pirelli, se tornou bem-sucedida no mundo da moda e ganhou voz até na ONU. 

Alma Feminina


Quem poderá entender? Quem poderá desvendar? Só mesmo uma mulher... Nenhum homem por mais esperto que seja, poderá entender tudo o que se passa na cabeça da mulher.
MULHER GOSTA DE PALAVRAS BONITAS:
Quem não gosta de elogios? Homem que não elogia a mulher acaba frustrando-as. Gostamos que reparem em nosso cabelo, nossa roupa, que elogiem aquele jantarzinho especial...
MULHER GOSTA DE CARINHO:
Nós mulheres somos movidas a toque. Cada uma de um jeito, bem verdade, mas o toque é fundamental: um abraço, o beijo na boca, o cheiro no cangote, a carícia nos seios...
MAIS QUE PALAVRAS BONITAS;
Nós mulheres esperamos de nossos homens atitude. Revelar na prática as teorias. Tenha ternura, atenção, mostrar que somos importantes...
MULHER GOSTA DE ROMANTISMO;
Se não for possível mandar flores, escreva um cartãozinho, mande um e-mail...
MULHER GOSRA DE TROCAR IDÉIAS:
Idéia que eu digo não é discutir a relação a toda hora. Não, não é isso. Conversar mesmo, fazer planos a dois, falar sobre o trabalho dele, comentar sobre os preços do supermercado, essas coisas...
CIÚMES:
Gostamos quando os homens manifestam uma dose de ciúmes (sem exageros claro). Levanta a nossa auto-estima. Nos sentimos mais amadas, sei lá...É gostoso!
Em fim, A Alma Feminina é uma caixinha de surpresas mas com jeitinho... tudo é possível!

Feridas Para Sempre



No mundo, existiriam 130 milhões de mulheres (100 milhões seriam africanas) que foram literalmente dilaceradas pela amputação dos seus órgãos sexuais e, conforme estimativas comprovadas, mais de 6 mil meninas, a cada dia, são submetidas a esse tipo de violência. Cortam-lhes o clitóris, com facas, lâminas de navalha, fragmentos de vidros, sem a mínima assepsia nem anestesia.
De outras, são arrancados os genitais inteiros. Outras são submetidas à infibulação, chamada também de circuncisão faraônica, que é uma intervenção devastadora na psicologia da mulher, perigosa para a saúde e pode ser repetida outras vezes na vida. Essas práticas rituais são difundidas especialmente em 28 países do continente africano, mas também no Extremo Oriente e, ultimamente, na Europa e nas Américas, como conseqüência do fluxo migratório.
Comportam muitos riscos para a saúde e sobrevivência das jovens e das mulheres submetidas, seja porque realizadas por pessoas incompetentes, seja pela total ausência de normas higiênicas. São comuns, portanto, as hemorragias, infecções e, futuramente, as relações sexuais extremamente doloridas e os graves problemas no momento do parto, além da morte que ceifa muitas, após o ritual. Além dessas conseqüências físicas, existe o dano psicológico das mulheres que ficam excluídas de uma normal e equilibrada vida sexual.
Cultura ou barbárie?
A mutilação dos genitais femininos são antigas tradições rituais, costumes que procedem das noites do tempo. Estão difundidas na faixa saeliana e oriental da África entre populações cristãs, animistas e muçulmanas, embora não tenham origem nem na Bíblia nem no Alcorão. Em algumas etnias do norte do Quênia e do Mali, essas mutilações fazem parte dos ritos de iniciação das meninas à idade adulta.
Para outras comunidades rurais, as mutilações genitais seriam a garantia da virgindade da mulher, da sua fidelidade e da sua fertilidade, e se traduzem como um eficaz método de controle sobre a sexualidade feminina por parte do homem (pai ou marido). A excisão do clitóris em algumas tribos da Somália e do Sudão, serviria para aumentar o desejo sexual e protegeria a mulher de tentações, a fim de preservar a sua castidade até o matrimônio.
Na Etiópia, é difundida a crença que os genitais não excisos cresceriam até o tamanho dos genitais masculinos. Noutra regiões, o clitóris é tido como um órgão agressivo e perigoso, quase mágico. No Egito, os genitais femininos externos são considerados “impuros” e a menina que não for circuncisa é chamada de nigsa, isto é, suja. Na Somália, uma mulher não infibulada é considerada uma mulher de costumes fáceis e, portanto, será expulsa da aldeia ou do bairro onde mora.
A opinião mundial pode ajudar
A batalha contra essas mutilações ainda é difícil porque, além delas serem defendidas como tradições culturais e tribais arraigadas há séculos, defronta-se, também, com o silêncio, o medo e a reticência das mulheres africanas. A solução, portanto, está condicionada a uma tomada de consciência das mulheres-vítimas. Muitas delas preferem perder a sexualidade antes de perder a autonomia e o poder, privilégios concedidos somente àquelas que obedecem à cultura e à tradição da sociedade patriarcal que domina o ambiente em que estão inseridas.
As moças africanas, que fogem dessas práticas, desonrariam a família e são colocadas num nível social mais baixo na sociedade étnica e têm escassas possibilidades de se casar. Hoje, há quem ouse se rebelar e lutar para mudar a situação. São mulheres africanas e de outros países que aderem à campanha internacional “Stop-FGM. Stop às mutilações genitais femininas”, lançada pela Associação italiana de mulheres para o desenvolvimento (Aidos), em colaboração com a Associação das mulheres da Tanzânia (Tamwa) e, ainda, com a “Organização não há paz sem justiça”.
Essas campanhas de âmbito mundial são apoiadas pela Comissão Européia que quer envolver homens, mulheres e as estruturas sanitárias do todos os países contra essas barbáries. Todas essas associações pretendem discutir a temática da mutilação, porque, como proclama o manifesto da Conferência do Cairo: “O silêncio é o melhor amigo das mutilações genitais femininas”.
Fonte: Revista África.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Amazônia.

Com a famosa "Viagem pelo Brasil", que von Spix empreendeu junto com o botânico Carl Friederich Phillipp von Martius nos anos de 1817 a 1820, inicia-se a participação alemã no estudo exploratório da região amazônica brasileira, cuja natureza era ainda quase inteiramente virgem e, em sua maior parte, terra incógnita. Hoje em dia, porém, não só as manchas brancas no mapa da região desapareceram, como é até previsível que a maior floresta primitiva ainda existente sobre a Terra será imolada, inteiramente destruída em poucas décadas pela moderna civilização tecno-mercantil em seu avanço, a não ser que as metas desta última sejam antes alteradas, ou que se desmoronem por causas internas ou externas.



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Música do Dia - Miles Davis x Charlie Parker

No movimento moderno do Jazz, existem muitas mansões, mas apenas quatro arquitetos: Charlie Parker, Dizzy Gilespie,, Duke Ellington e Miles Davis, o parceiro mais jovem. Esses foram os quatro cavaleiros do Apocalipse do Jazz. que começou nos anos 40 e acabou por transformar a música; novas complexidades substituiram velhas simplicidades, e, no processo, o Jazz cresceu.


Clarice Lispector


Qualquer tentativa de definir Clarice Lispector é ingrata. Tanto para quem escreve sobre ela e sua obra, como para ela mesma, que parece não ter alcançado a grandeza de si própria durante a vida: “Sou tão misteriosa que não me entendo”.Complexas, a obra de Clarice e a sua figura resistem a definições simples, diretas, claras. Paradoxalmente, sua literatura é de uma clareza quase cegante: à luz de seus textos, o leitor enxerga seus próprios labirintos, as dúvidas, os medos e os possíveis caminhos que levam ao autoconhecimento. Mesmo que esses caminhos desemboquem em dúvidas renovadas e questões que jamais se calam. “O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”

Inquietude!




Aí está uma vez mais
o cansaço sem sono
o medo sem susto
o sol sem alegria.
A vida ganha e desnecessária
o ouro, a prata
e a madre-pérola,
as uvas e o verão antecipados
a Sinfonia de Mozart
o "ataque" às Torres Gêmeas
o Irã
o Iraque
A copa
o Brasil
o pré-sal e a África morrendo aidética...
Os palahaços na rua
e na noite
o Viagra
o gay
o gás...

Olho para ver
nos olhos lágrimas nunca mais
porque o poeta não tem história
ele sangra,
apenas lhe jorra o sangue
em mínimas taças
onde vêem beber
pequenos insetos
animais
e a coroa da Lua Cheia
quando faz frio nos campos de batalha...!

domingo, 4 de julho de 2010

A Face Oculta do Futebol

Está no ar o maior espetáculo de televisão. Em audiência nada bate a Copa do Mundo. Na Alemanha, em 2006, os 64 jogos foram vistos por 26 bilhões de telespectadores, número que neste ano pode alcançar os 30 bilhões.São 60 bilhões de olhos vendidos pela FIFA para as emissoras de TV comercializarem com os seus anunciantes. As cifras envolvidas em dinheiro são estratosféricas. Ganham a Federação internacional, as empresas de televisão e os anunciantes reforçando marcas e alavancando a venda de produtos e serviços.
Um ciclo perfeito, onde nada pode ser criticado. Normalmente, a TV no Brasil não critica os jogos transmitidos já que, dentro da lógica empresarial, seria um contrasenso mostrar defeitos do próprio produto. E o futebol, para a TV, nada mais é do que um dos seus produtos, assim como as novelas e os programas de auditório.
Dessa forma se todos ganham e não há criticas, o grande espetáculo do futebol, em sua dimensão máxima que é a Copa do Mundo, chegaria as raias da perfeição. Pelo menos é que mostra a TV.
Mas, e ainda bem que há um mas nessa história, a TV Brasil e a TV Câmara mostraram no programa VerTV alguns aspectos da face do futebol que é ocultada pela TV comercial. Sócrates, o capitão da seleção brasileira de 1982 e o jornalista José Cruz, levantaram algumas pontas do véu que cobre, não apenas o futebol, mas grande parte de toda a estrutura esportiva existente no Brasil.
Para começar não é verdade que todos ganham. Há quem perca, e são muitos. Por exemplo, os jovens que por força da TV associam desde cedo o sucesso esportivo com o consumo de cerveja. Ou desprezam o estudo, uma vez que seus ídolos não precisaram dele para alcançar a glória e a fama.A TV vende o sonho do consumo. Vende atitude, aparência, comportamento, moda. Mas, é incapaz de vender educação. E vender esporte sem educação é um crime. Mostram ídolos do futebol que não estudam e são um péssimo exemplo para a sociedade. E não por culpa deles apenas. O sistema estimula que saiam da escola.
A mídia revela diariamente minúcias da vida dos jogadores. Onde vivem, que carros possuem, como são suas casas e suas famílias. Só não dizem até que ano estudaram, em quais escolas, como eram enquanto alunos. Por que será? Por que a ignorância dos jogadores é estimulada pelo sistema. A ele não interessam profissionais com possibilidade de critica.
Temos outras perdas.De toda a sociedade. Por exemplo, com a irresponsabilidade dos dirigentes esportivos nos clubes, federações e confederações. Embora privadas, essas entidades recebem dinheiro público e, por isso, deveriam prestar contas publicamente. “As loterias esportivas repassam dinheiro para o futebol. A Timemania está hoje tapando o buraco das dívidas fiscais dos clubes produzidas por dirigentes irresponsáveis”.
E mais.A do dinheiro público desperdiçado, por exemplo, nos Jogos Panamericanos do Rio, em 2007. É uma lástima o volume de recursos jogado fora por falta de uma política esportiva de Estado. O esporte deveria ser um braço da saúde e educação. Se não ele fica solto como está.

domingo, 27 de junho de 2010

New Orleans





Mas, afinal, por que o jazz surgiu no final do século XIX, em Nova Orleans? Para compreender esse fenômeno, é preciso lembrar que nessa época, no mundo todo, houve um movimento revolucionário nas artes populares. Na Inglaterra, as casas de espetáculo separam-se de seus antecessores, os pubs, na década de 1840, chegando ao ápice em 1890. Foi também nesse período, na Grã-Bretanha, que surgiu outro fenômeno da cultura da classe trabalhadora: o futebol profissional.
Na França, logo após a Comuna de Paris (1871), surgiu o chansonnier (cantigas) das classes operárias e, em 1884, apareceu o seu produto culturalmente mais ambicioso e boêmio, o cabaré de Montmartre. Na Espanha, uma evolução impressionantemente semelhante à norte-americana produziu o flamenco, que, como o blues, com o qual muito se parece, surgiu como canção folclórica, nos “cafés musicais” de Sevilha e Málaga.
Todos esses acontecimentos possuem duas coisas em comum: surgiram nas grandes cidades e serviam de entretenimento para trabalhadores pobres. Ou seja, são produtos da urbanização. Eles adquiriram valor comercial, pois investir nessas atividades era lucrativo, e cultural, já que os pobres e imigrantes precisavam de algum tipo de distração. A classe operária pôde se divertir graças ao entretenimento profissional (teatro de variedades, circo, show de aleijões, eventos esportivos, canto e dança) e ao desenvolvimento das canções rurais ou urbanas amadoras. No caso do jazz e do blues, pode-se dizer que as apresentações das bandas desses estilos musicais multiplicam-se a partir do momento em que os catadores de algodão (yard and field negroes) tornaram-se mercado consumidor de proporções expressivas.
Não se pode dizer simplesmente que o jazz nasceu em Nova Orleans, pois, de uma forma ou de outra, a mistura entre elementos musicais africanos e europeus estava se cristalizando em várias regiões dos Estados Unidos. Mas Nova Orleans merece o título de berço do jazz porque foi lá – e só lá – que a banda de jazz surgiu como um fenômeno de massa. Na década de 1910, a cidade tinha aproximadamente 90 mil habitantes negros e nada menos do que 30 bandas de jazz. Também é de Nova Orleans o legendário cornetista Buddy Bolden, que liderou a primeira banda de jazz, registrada historicamente em 1900.
O jazz nasceu e logo iniciou sua extraordinária expansão em velocidade e abrangência. De 1900 a 1917, o jazz tornou-se a linguagem musical da população negra de toda a América do Norte. De 1917 a 1929, além de evoluir muito rapidamente, tornou- se dominante na cena musical urbana norteamericana. E, finalmente, de 1929 a 1941, o jazz conquistou os públicos de elite da Europa e os músicos de vanguarda.

A Lanterna de Diógenes.







O velho (e sábio) Diógenes, na Grécia Antiga, estava certo. De lanterna a azeite em punho, andava pelas ruas de Atenas, em plena luz do dia, à procura dos homens virtuosos. De lá para cá, passados quase 3,5 mil anos, a realidade parece ser a mesma… Onde estão a honradez, a decência, o espírito público, a ética? Em que recôndito se escondem os homens de bem, que, tímidos, se acovardam diante de pessoas astutas, audaciosas, instigantes? Ao espaçarmos o olhar por nossa época, nossas instituições, nossos homens públicos, que retrato descreveríamos? O que contamos aos nossos filhos e alunos, diante de mais um escândalo que pipoca na mídia? Há quem diga que os escândalos alimentam a sanha de curiosidade popular,e são mera cortina de fumaça para encobrir o que realmente importa. Seria concentrar-se nas formigas que estão rastejando no chão, enquanto passa, ao lado, uma manada de elefantes. Pergunto-me: onde estão os “lanterneiros” e, por extensão, os homens honrados? Quando eles se pronunciarão? A “casa pública” está ruindo, as instituições – muitas seculares – estão doentes e seus “intérpretes” parecem figurar constantemente “à margem da lei e da ordem”, confiantes na impunidade. Sabemos bem dos “defeitos humanos” e ansiamos por encontrar, ao lado deles, minorando-os, as virtudes tão bem descritas por Aristóteles em seu tempo, que não são inatas, mas se adquirem com o tempo e com a prática constante. Estamos em ano de eleições, façamos como Diógenes, peguemos nossa lanterna e saiamos à procura do homem honesto, ou, menos corrupto. Votemos com consciência. Chega de barganhar o voto!

sábado, 19 de junho de 2010

O JAZZ / HISTÓRIA



O jazz surgiu das influências culturais na música negra no sul dos Estados Unidos. Sua origem vem, em primeiro lugar, das canções de trabalho que amparavam os negros durante o trabalho. Também vem da música religiosa, dos ritmos da música espanhola do Golfo do México, da estrutura e ritmo da música francesa, polcas, marchas das bancas, tendo como base de tudo o ritmo do negro.
Blue note: a música negra que, praticamente, serviu de base para o jazz foi o blues, forma musical cujo tema é expresso em 12 compassos e na qual aparecem as alterações melódicas e antigas do jazz: os intervalos de terça ou sétima menores, numa tonalidade maior. A qualquer dessas alterações se dá o nome de blue note. O blues exprime estados de espírito, geralmente relacionados com o viver, dormir, correr, amar e morrer. São melancólicos e aparecem depois da emancipação do negro, originários das canções e trabalho, da balada inglesa e do espiritual.
Os estilos do Jazz
Ocorre dos estilos do Jazz serem separads em décadas, mas apenas para que se possa ter uma visão definida de sua evolução. Por isso, não quer dizer que nas décadas seguintes, mesmo já com outros estilos, o anterior deixa de ser executado.
Ragtime (1890)
O ragtime foi o precursor imediato do período a que se chama Jazz Clássico de New Orleans. Teve uma parte de sua origem nas tentativas de pianistas negros copiarem a técnica das orquestras de instrumentos metálicos. Assim, mudavam o acento do tempo forte do compasso para fraco, ao tocarem marchas e também no repique do ritmo da gavota.  O ragtime é caracterizado por uma melodia altamente sincopada, tendo por acompanhamento um ritmo regularmente acentuado em notas graves.
Scot Joplin, do Texas, ficou conhecido como o Rei do Rag, tendo mais de 600 composições de sua autoria, para piano, orquestra, incluindo ragtimes, canções e valsas. Sua música não contava com a improvisação, elemento básico do jazz, mas tinha um ritmo muito característico e foram muito cedo usadas na improvisação jazzística. Mas o primeiro músico a se libertar das normas de composição e execução do ragtime foi Jelly Roll Morton. Com sua interpretação, transformou todo o material melódico do rag, conduzindo-o assim, ao estilo New Orleans, do qual foi um dos precursores.
 Morton revelou-se excelente arranjador em sua orquestra. O arranjo e a improvisação podem coexistiam perfeitamente. Decidia-se o esquema rítmico, depois se organizava as funções dos diversos blocos de instrumentos e era estudada a atuação de músico por músico, escolhendo-se os momentos em que cada um improvisaria. Portanto, o rage de Jelly Morton abriu o caminho para o jazz. Levou a tradição do ragtime para Chicago e Califórnia. 
O declínio do ragtime ocorreu no final da Primeira Guerra Mundial, pois Joplin tinha tornado o rag requintado e sério demais. O interesse voltou-se então para Morton, que neste momento já estava improvisando no rag e, assim, fazendo o jazz, o que abriu espaço para a fase seguinte.
(Próxima postagem (O Jazz de New Orleans).





Religiões



Um Mundo Assim


“Há apenas um mundo e ele é falso, cruel, contraditório, sedutor, sem sentido. (...) Um mundo assim é o verdadeiro mundo (...). Precisamos da mentira para triunfarmos sobre essa realidade, essa "verdade", i.e., para viver. (...) Que a mentira seja necessária para se viver é parte desse carácter terrível e questionável da existência
 
Friedrich W. Nietzsche (1844-1900)

Interlúcido


Triangulos suspensos (composição digital)

Salvador Dali aos vinte anos.


Muchacha en la ventana
Salvador Dali (1904 - 1989)

UM JARDIM!




Um divino clarão vem do nascente
E sobre o meu jardim calmo resvala!
Na graça deste quadro reluzente,
A aragem fria os meus rosais embala! 
Tudo desperta misteriosamente!
E a luz cresce e se expande em doce escala,
Avivando o Iençol resplandescente
Da brancura dos lírios cor de opala! 
E o sol, doirando as franjas do horizonte,
Celebra a missa do romper da aurora
Na doce Eucaristia do levante! 
Da passarada escuta-se o clarim !
E a madrugada estende-se sonora,
Na aleluia de luz do meu jardim ! 











Morangos



Quem resiste!

Morangos com açúcar, com chocolate, com chantilly... A verdade é que eles são deliciosamente irresistíveis!


Isso é liberdade!

Nosso Alvorecer


BIG BANG




O Universo em que vivemos está expandindo. Nós sabemos isso porque nós vemos galáxias e grupos de galáxias se deslocando no Universo. Esta expansão tem ocorrido desde que o Universo foi formado a 15 bilhões de anos, durante um quente e denso evento conhecido como Big Bang.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

É Preciso Algo Mais


É Preciso Algo Mais...

     É preciso algo mais do que acordar todos os dias;
     É  preciso a consciência de que se está vivo!
     É preciso algo mais do que ter sonhos; é preciso coragem para realizá-los!
     É preciso algo mais do que querer mudar; é preciso conhecer-se primeiro!
     É preciso algo mais do que voar; é preciso saber cuidar das próprias asas!
     É preciso algo mais do que crescer; é preciso querer amadurecer!
     É preciso algo mais do que ter; é preciso ser!
     É preciso algo mais do que temer a morte...
     É preciso VIVER!

São Joaquim da Serra/SC