Colcha de Retalhos

Colcha de Retalhos
Ingrid Sidna

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Racismo de O Globo! ou, quem sabe Cinismo!

Pode-se discutir uma política de cotas no ensino. Pode-se discutir se essa é a maneira mais eficiente de buscar equilíbrio de oportunidades num país que tem na divisão social a marca da herança escravagista. Agora, é repugnante que um jornal como O Globo, em seu editorial de domingo, 25, negue até que tenha havido racismo no Brasil, sob o argumento de que na nossa sociedade miscigenada até negros foram donos de escravos e chamar os movimentos de afirmação da cultura negra de “falanges racialistas”, francamente, é assumir o padrão “Da Costa” de debate político.
É uma mistificação dizer que até os EUA estão “relativizando” a pol´tica de ações afirmativas para os negros e que, por isso, o Brasil estaria na contramão da história. Ora, eles podem estar até atenuando certas políticas, porque tiveram mais de três décadas de ações afirmativas para os negros que, embora ainda estejam na parcela mais humilde da população americana, ao lado dos latinos, já conseguiram, até, ter um deles como presidente da República
.Ontem mesmo o jornal publicou uma matéria mostrando que, entre os pobres, a chance de uma criança não superar o baixo grau de instrução de seus pais é de cerca de 60%. Então, é legítimo dizer que, sem políticas de estado que os insira na competição, a identidade entre ser negro, ser pobre e ter baixo nível educacional persista no Brasil.
Como disse, é perfeitamente saudável discutir qual a forma que devem assumir as ações afirmativas em nosso país e, com todos os defeitos que se possa apontar, a política de cotas foi a única coisa que já se fez neste sentido. Se é preciso modificá-la, que haja o debate. Mas, francamente, o que se quer em lugar dela é o nada, a eternização das diferenças de oportunidade.
A elite brasileira faz assim. Diz que não pode haver tratamento discriminatório de espécie alguma. Mas só quando é para proteger os mais pobres. Quando a discriminação – real, objetiva, concreta – se dá pelo poder econômico isso é democracia, é a “lei do mercado”.
Ou então que o “tratamento diferenciado” aos nossos irmãos negros continue a ser dado apenas no setor onde já é tradicional: nas batidas policiais.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Paulo Moura


Despedida from Eduardo Escorel on Vimeo.



A última roda de choro do Paulo Moura, tocando “Doce de Coco” (Jacob do Bandolim) com Wagner Tiso, acompanhados por Vicente Alexin e Daniela Spielman.
A cena foi filmada por Eduardo Escorel na Clínica São Vicente  dois dias antes da morte do mestre.
É de chorar de tão lindo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Violência? Machismo? Diga não!



José Saramago...Fragmentos




“Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.”

“O mundo é tão bonito que eu tenho pena de morrer”

“Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas.''

“Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida."

“Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”

“Se tens um coração de ferro, bom proveito."

"O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia.”

“Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais.”

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de deus, mas infelizmente não o encontro.”

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”

Um dia sem Globo! Vamos sorria...!



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meu Jardim






Um doce presente do meu doce amigo Bosco. Obrigada amigo!

Flor do Deserto, um filme que levanta bandeiras e faz pensar...


"Flor do Deserto", principal estreia dos cinemas no Rio de Janeiro e em São Paulo , no mêspassado,,não é um filme qualquer. Conta a trajetória da modelo somali Waris Dirie, de 38 anos, que no auge de sua carreira, em 1996, revelou ao mundo numa entrevista à "Marie Claire" norte-americana ter passado pelo terrível trauma da mutilação genital feminina. A prática hedionda, comum em diversas regiões da África e em alguns países árabes, atinge milhares de mulheres ainda na infância. Waris passou pela experiência aos 5 anos de idade. Aos 12, fugiu da tribo onde morava, cruzou o deserto até Mogadício, capital da Somália, de onde conseguiu chegar a Londres sem falar uma palavra em inglês e praticamente sem dinheiro. Esse é só o início da saga pessoal de uma mulher que, após posar como modelo para o famoso calendário Pirelli, se tornou bem-sucedida no mundo da moda e ganhou voz até na ONU. 

Alma Feminina


Quem poderá entender? Quem poderá desvendar? Só mesmo uma mulher... Nenhum homem por mais esperto que seja, poderá entender tudo o que se passa na cabeça da mulher.
MULHER GOSTA DE PALAVRAS BONITAS:
Quem não gosta de elogios? Homem que não elogia a mulher acaba frustrando-as. Gostamos que reparem em nosso cabelo, nossa roupa, que elogiem aquele jantarzinho especial...
MULHER GOSTA DE CARINHO:
Nós mulheres somos movidas a toque. Cada uma de um jeito, bem verdade, mas o toque é fundamental: um abraço, o beijo na boca, o cheiro no cangote, a carícia nos seios...
MAIS QUE PALAVRAS BONITAS;
Nós mulheres esperamos de nossos homens atitude. Revelar na prática as teorias. Tenha ternura, atenção, mostrar que somos importantes...
MULHER GOSTA DE ROMANTISMO;
Se não for possível mandar flores, escreva um cartãozinho, mande um e-mail...
MULHER GOSRA DE TROCAR IDÉIAS:
Idéia que eu digo não é discutir a relação a toda hora. Não, não é isso. Conversar mesmo, fazer planos a dois, falar sobre o trabalho dele, comentar sobre os preços do supermercado, essas coisas...
CIÚMES:
Gostamos quando os homens manifestam uma dose de ciúmes (sem exageros claro). Levanta a nossa auto-estima. Nos sentimos mais amadas, sei lá...É gostoso!
Em fim, A Alma Feminina é uma caixinha de surpresas mas com jeitinho... tudo é possível!

Feridas Para Sempre



No mundo, existiriam 130 milhões de mulheres (100 milhões seriam africanas) que foram literalmente dilaceradas pela amputação dos seus órgãos sexuais e, conforme estimativas comprovadas, mais de 6 mil meninas, a cada dia, são submetidas a esse tipo de violência. Cortam-lhes o clitóris, com facas, lâminas de navalha, fragmentos de vidros, sem a mínima assepsia nem anestesia.
De outras, são arrancados os genitais inteiros. Outras são submetidas à infibulação, chamada também de circuncisão faraônica, que é uma intervenção devastadora na psicologia da mulher, perigosa para a saúde e pode ser repetida outras vezes na vida. Essas práticas rituais são difundidas especialmente em 28 países do continente africano, mas também no Extremo Oriente e, ultimamente, na Europa e nas Américas, como conseqüência do fluxo migratório.
Comportam muitos riscos para a saúde e sobrevivência das jovens e das mulheres submetidas, seja porque realizadas por pessoas incompetentes, seja pela total ausência de normas higiênicas. São comuns, portanto, as hemorragias, infecções e, futuramente, as relações sexuais extremamente doloridas e os graves problemas no momento do parto, além da morte que ceifa muitas, após o ritual. Além dessas conseqüências físicas, existe o dano psicológico das mulheres que ficam excluídas de uma normal e equilibrada vida sexual.
Cultura ou barbárie?
A mutilação dos genitais femininos são antigas tradições rituais, costumes que procedem das noites do tempo. Estão difundidas na faixa saeliana e oriental da África entre populações cristãs, animistas e muçulmanas, embora não tenham origem nem na Bíblia nem no Alcorão. Em algumas etnias do norte do Quênia e do Mali, essas mutilações fazem parte dos ritos de iniciação das meninas à idade adulta.
Para outras comunidades rurais, as mutilações genitais seriam a garantia da virgindade da mulher, da sua fidelidade e da sua fertilidade, e se traduzem como um eficaz método de controle sobre a sexualidade feminina por parte do homem (pai ou marido). A excisão do clitóris em algumas tribos da Somália e do Sudão, serviria para aumentar o desejo sexual e protegeria a mulher de tentações, a fim de preservar a sua castidade até o matrimônio.
Na Etiópia, é difundida a crença que os genitais não excisos cresceriam até o tamanho dos genitais masculinos. Noutra regiões, o clitóris é tido como um órgão agressivo e perigoso, quase mágico. No Egito, os genitais femininos externos são considerados “impuros” e a menina que não for circuncisa é chamada de nigsa, isto é, suja. Na Somália, uma mulher não infibulada é considerada uma mulher de costumes fáceis e, portanto, será expulsa da aldeia ou do bairro onde mora.
A opinião mundial pode ajudar
A batalha contra essas mutilações ainda é difícil porque, além delas serem defendidas como tradições culturais e tribais arraigadas há séculos, defronta-se, também, com o silêncio, o medo e a reticência das mulheres africanas. A solução, portanto, está condicionada a uma tomada de consciência das mulheres-vítimas. Muitas delas preferem perder a sexualidade antes de perder a autonomia e o poder, privilégios concedidos somente àquelas que obedecem à cultura e à tradição da sociedade patriarcal que domina o ambiente em que estão inseridas.
As moças africanas, que fogem dessas práticas, desonrariam a família e são colocadas num nível social mais baixo na sociedade étnica e têm escassas possibilidades de se casar. Hoje, há quem ouse se rebelar e lutar para mudar a situação. São mulheres africanas e de outros países que aderem à campanha internacional “Stop-FGM. Stop às mutilações genitais femininas”, lançada pela Associação italiana de mulheres para o desenvolvimento (Aidos), em colaboração com a Associação das mulheres da Tanzânia (Tamwa) e, ainda, com a “Organização não há paz sem justiça”.
Essas campanhas de âmbito mundial são apoiadas pela Comissão Européia que quer envolver homens, mulheres e as estruturas sanitárias do todos os países contra essas barbáries. Todas essas associações pretendem discutir a temática da mutilação, porque, como proclama o manifesto da Conferência do Cairo: “O silêncio é o melhor amigo das mutilações genitais femininas”.
Fonte: Revista África.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Amazônia.

Com a famosa "Viagem pelo Brasil", que von Spix empreendeu junto com o botânico Carl Friederich Phillipp von Martius nos anos de 1817 a 1820, inicia-se a participação alemã no estudo exploratório da região amazônica brasileira, cuja natureza era ainda quase inteiramente virgem e, em sua maior parte, terra incógnita. Hoje em dia, porém, não só as manchas brancas no mapa da região desapareceram, como é até previsível que a maior floresta primitiva ainda existente sobre a Terra será imolada, inteiramente destruída em poucas décadas pela moderna civilização tecno-mercantil em seu avanço, a não ser que as metas desta última sejam antes alteradas, ou que se desmoronem por causas internas ou externas.



segunda-feira, 5 de julho de 2010

Música do Dia - Miles Davis x Charlie Parker

No movimento moderno do Jazz, existem muitas mansões, mas apenas quatro arquitetos: Charlie Parker, Dizzy Gilespie,, Duke Ellington e Miles Davis, o parceiro mais jovem. Esses foram os quatro cavaleiros do Apocalipse do Jazz. que começou nos anos 40 e acabou por transformar a música; novas complexidades substituiram velhas simplicidades, e, no processo, o Jazz cresceu.


Clarice Lispector


Qualquer tentativa de definir Clarice Lispector é ingrata. Tanto para quem escreve sobre ela e sua obra, como para ela mesma, que parece não ter alcançado a grandeza de si própria durante a vida: “Sou tão misteriosa que não me entendo”.Complexas, a obra de Clarice e a sua figura resistem a definições simples, diretas, claras. Paradoxalmente, sua literatura é de uma clareza quase cegante: à luz de seus textos, o leitor enxerga seus próprios labirintos, as dúvidas, os medos e os possíveis caminhos que levam ao autoconhecimento. Mesmo que esses caminhos desemboquem em dúvidas renovadas e questões que jamais se calam. “O que sou então? Sou uma pessoa que tem um coração que por vezes percebe, sou uma pessoa que pretendeu pôr em palavras um mundo ininteligível e um mundo impalpável. Sobretudo uma pessoa cujo coração bate de alegria levíssima quando consegue em uma frase dizer alguma coisa sobre a vida humana ou animal.”

Inquietude!




Aí está uma vez mais
o cansaço sem sono
o medo sem susto
o sol sem alegria.
A vida ganha e desnecessária
o ouro, a prata
e a madre-pérola,
as uvas e o verão antecipados
a Sinfonia de Mozart
o "ataque" às Torres Gêmeas
o Irã
o Iraque
A copa
o Brasil
o pré-sal e a África morrendo aidética...
Os palahaços na rua
e na noite
o Viagra
o gay
o gás...

Olho para ver
nos olhos lágrimas nunca mais
porque o poeta não tem história
ele sangra,
apenas lhe jorra o sangue
em mínimas taças
onde vêem beber
pequenos insetos
animais
e a coroa da Lua Cheia
quando faz frio nos campos de batalha...!

domingo, 4 de julho de 2010

A Face Oculta do Futebol

Está no ar o maior espetáculo de televisão. Em audiência nada bate a Copa do Mundo. Na Alemanha, em 2006, os 64 jogos foram vistos por 26 bilhões de telespectadores, número que neste ano pode alcançar os 30 bilhões.São 60 bilhões de olhos vendidos pela FIFA para as emissoras de TV comercializarem com os seus anunciantes. As cifras envolvidas em dinheiro são estratosféricas. Ganham a Federação internacional, as empresas de televisão e os anunciantes reforçando marcas e alavancando a venda de produtos e serviços.
Um ciclo perfeito, onde nada pode ser criticado. Normalmente, a TV no Brasil não critica os jogos transmitidos já que, dentro da lógica empresarial, seria um contrasenso mostrar defeitos do próprio produto. E o futebol, para a TV, nada mais é do que um dos seus produtos, assim como as novelas e os programas de auditório.
Dessa forma se todos ganham e não há criticas, o grande espetáculo do futebol, em sua dimensão máxima que é a Copa do Mundo, chegaria as raias da perfeição. Pelo menos é que mostra a TV.
Mas, e ainda bem que há um mas nessa história, a TV Brasil e a TV Câmara mostraram no programa VerTV alguns aspectos da face do futebol que é ocultada pela TV comercial. Sócrates, o capitão da seleção brasileira de 1982 e o jornalista José Cruz, levantaram algumas pontas do véu que cobre, não apenas o futebol, mas grande parte de toda a estrutura esportiva existente no Brasil.
Para começar não é verdade que todos ganham. Há quem perca, e são muitos. Por exemplo, os jovens que por força da TV associam desde cedo o sucesso esportivo com o consumo de cerveja. Ou desprezam o estudo, uma vez que seus ídolos não precisaram dele para alcançar a glória e a fama.A TV vende o sonho do consumo. Vende atitude, aparência, comportamento, moda. Mas, é incapaz de vender educação. E vender esporte sem educação é um crime. Mostram ídolos do futebol que não estudam e são um péssimo exemplo para a sociedade. E não por culpa deles apenas. O sistema estimula que saiam da escola.
A mídia revela diariamente minúcias da vida dos jogadores. Onde vivem, que carros possuem, como são suas casas e suas famílias. Só não dizem até que ano estudaram, em quais escolas, como eram enquanto alunos. Por que será? Por que a ignorância dos jogadores é estimulada pelo sistema. A ele não interessam profissionais com possibilidade de critica.
Temos outras perdas.De toda a sociedade. Por exemplo, com a irresponsabilidade dos dirigentes esportivos nos clubes, federações e confederações. Embora privadas, essas entidades recebem dinheiro público e, por isso, deveriam prestar contas publicamente. “As loterias esportivas repassam dinheiro para o futebol. A Timemania está hoje tapando o buraco das dívidas fiscais dos clubes produzidas por dirigentes irresponsáveis”.
E mais.A do dinheiro público desperdiçado, por exemplo, nos Jogos Panamericanos do Rio, em 2007. É uma lástima o volume de recursos jogado fora por falta de uma política esportiva de Estado. O esporte deveria ser um braço da saúde e educação. Se não ele fica solto como está.